domingo, 16 de setembro de 2012

fragmentos de dor

Tenho escrito as poesias e apagado-as a todas
Escrevo. Contemplo. Sinto-as. E apago.
Deleto.
Não despontará à eternidade este sentimento torto.
Não darei a esta tristeza o privilégio sobre a alegria...

(que a alegria é só aquela da noite, de um samba, num bar...
E que a tristeza é amiga, companheira, pra todas as horas)

Não atualizarei mais os blogs com estes fragmentos de dor (como ela bem queria)
Não darei a esta dor privilégio sobre o prazer

(que o prazer é só a volúpia, o cheiro, o clímax, a atração convulsa. O choque e a explosão...
E que a dor... é permanente e aparenta nos olhos esta mágoa embaixo... e estas bolsas de insônia. E esta testa frisada.

Portanto os apago sem pena, nem dó.
Apago depois de contemplá-los (e eles nunca foram escritos).

Mas escrevo-os primeiro
E exorcizo-me de cada
poema.

Um comentário:

Anônimo disse...

"A Tristeza é senhora. Desde que o samba é samba é assim..."
Saudade, Evelyn!