Num largo lago logo viu-se um vil
Um ganso feio e fanho, dava pena
Sonhou-se sonso o ganso numa cena
Que a si fazia um ganso sacro e riu
O lago refletia a relva e o rosto
Do tempo temperando a sua tez
Creu-se crescendo a pluma a pena os pés
Adulterou-se em adulto a contragosto
E pondo-lhe o olhar n'olhos ilhados
Contemplativo o choro refletido
Ondava os olhos seus olhos parados
Caindo a cara com o olhar caido
Submergiu no soneto sonhado
E um cisne se sagrou jaz ganso sido
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