quarta-feira, 1 de junho de 2011

O Narcisinho Feio

Num largo lago logo viu-se um vil
Um ganso feio e fanho, dava pena
Sonhou-se  sonso o ganso numa cena
Que a si fazia um ganso sacro e riu

O lago refletia a relva e o rosto
Do tempo temperando a sua tez
Creu-se crescendo a pluma a pena os pés
Adulterou-se em adulto a contragosto

E pondo-lhe o olhar n'olhos ilhados
Contemplativo o choro refletido
Ondava os olhos seus olhos parados

Caindo a cara com o olhar caido
Submergiu no soneto sonhado
E um cisne se sagrou jaz ganso sido

Nenhum comentário: